quarta-feira, 17 de maio de 2017

Cruzamentos e obrigações na umbanda


Resultado de imagem para cruzamento de mata umbanda

Cruzamentos e obrigações na umbanda

Há vários impedimentos para aqueles que pretendem entender o espiritismo, notadamente o de Umbanda, contribuindo para isso a falta de informações melhores sobre a magia existente e o medo da própria palavra, pois bem, há uma magia conhecida e outra oculta em quase todas as religiões. 
A magia quer dizer de alguma forma as energias e os seres que são colocados em movimento por algum ritual ou prática. Assim uma oração é um ato de magia e o alcance do ato mágico está em quem responde, as energias e os efeitos no próprio individuo ou naqueles onde focaliza sua atenção. 
Na magia prática do umbanda podemos falar dos cruzamentos e obrigações, os cruzamentos incidem sobre os corpos dos participantes e fazem uma ligação com os seres, espítos e entidades, nas obrigações, principalmente as de agradecimento, os beneficiários principais são as próprias entidades, seus reinos e os seres e forças que são capazes de colocar em movimento. O reconhecimento do médium as torna mais fortes e potentes. 

Existem ainda as obrigações de fortalecimento, re reforço, feitas com o fim de aproximar as entidades, e os espíritos que compõe sua manifestação em benefício de uma necessidade, em geral física, do médium. Preferimos aceitar as obrigações de fortalecimento como uma aproximação do médium com as entidades dos reinos aos quais naturalmente todo o gênero humano está ligado e desta forma beneficiando física e emocionalmente o atendido. 

O cruzamento pode visar o fortalecimento dos corpos internos se esse conhecimento existir no grupo, mas esse fortalecimento sempre ocorre, será facilitado se houver o esclarecimento no praticante. 

Outra questão crucial está nos conceitos que o praticante tenha sobre sua constituição interna, e outra sobre onde atuam os "espíritos, as entidades e até os obsessores", esse conhecimento é essencial para que se possa entender alguns dos rituais senão a grande maioria deles. Há uma diferença entre o que pensam e praticam os muitos religiosos, mas em se tratando de Umbanda o que existe é desconhecimento. O nome Umbanda, espiritismo de Umbanda, terminou a partir da década de sessenta profundamente influenciado pelo candomblé e pela quimbanda. 

E assistimos muitas casas com grandes dificuldades de lidar com os "Orixás", como a presença de Ogum, não como São Jorge, que era o pensamento inicial, numa visão sincretizadora de que fossem as mesmas criaturas. Essa é uma visão simplista na qual falta o mínimo conhecimento sobre as hierarquias em que se organizam os "espíritos" e sobre o que ocorre nos momentos e após a morte. São Jorge não é Ogum, a falange de Jorge, ou de São Jorge, é uma falange e uma legião dentro da linha de Ogum, e ainda assim os Oguns são anteriores à existência do ser humano Ogum, príncipe africano elevado a condição de divindade, como os santos e deuses de quase todas as religiões: um espírito humano, um Orixá Ancestral, mas Ogum pode ser um princípio, suas cores correspondem às cores do chacra solar onde predominam o verde e o vermelho, e suas dez pétalas correspondem aos Oguns, como os doze xangôs correspondem às doze pétalas do chacra cardíaco. Os chacras e suas pétalas correspondem aos reinos ou às entidades em si. 

Resultado de imagem para cruzamento de mata umbanda

E os cruzamentos o que são afinal? 

Há o cruzamento que é uma cerimônia com duas finalidades distintas, uma firmação entre os médiuns e as entidades representadas num reino como o das águas, rios, cachoeiras, mares, e os da mata, ou o fortalecimento dos sensitivos, um reforço. Estes cruzamentos podem incluir obrigações de agradecimento dos médiuns para com as entidades, suas entidades e na confraria, onde não se usa nenhum tipo de sacrifício animal, a obrigação é uma referência aos reinos básicos da evolução humana: com frutas, flores, velas, bebidas. 

No caso dos trabalhos de mar de finalização do ano da Ordem da Confraria, os cruzamentos não são possíveis. Eles quando existirem devem ser parte de um processo contínuo, correspondendo aos sete anos de iniciação ao Umbanda que é a fase protetor/obsessor, nessa fase o sensitivo conhece as entidades que o acompanham, aquelas que se manifestam junto da entidade principal ou respondam ás suas necessidades iniciais de desenvolvimento.

 Chamamos esta fase de obsessor/protetor porque a entidade ainda não se define, não consegue se manifestar melhor através da incorporação, muitas vezes frágil do médium e que necessita de treinamento, e da aceitação de suas mediunidades. E uma longa fase de treinamento, de adequação, de alinhamento, e corresponde aos sete centros principais desde o básico, se forem sete cruzamentos no ano ainda serão sobre os aspectos básicos da formação e manifestação do médium. Nos anos seguintes até o sétimo seguirá a educação e a preparação do médium para sua manifestação, da vibração física e aquela que é sentida na pele, nos braços e nas pernas, até o momento da intuição e da telepatia correspondente aos centros superiores e aos aspectos superiores da entidade. 

Do menos aspecto até que o médium possa responder por suas formas elevadas de manifestação. Uma observação mais atenta mostrará que o cruzamento é um processo progressivo de estímulos e ajustes cujo efeito se estende por um ano ou até pela vida inteira do sensitivo. Aonde esteve enquanto espírito, aquilo a que foi ligado, o reino onde teve acesso, terão resultados por toda a existência, representam conquistas do indivíduo/médium ao qual somará a do ano seguinte e assim sucessivamente até que tenha completado uma fase de trabalho. 

O momento seguinte é a fase do protetor e os estímulos aos centros através do cruzamento preparam o médium para a manifestação identificada com sua entidades nos aspectos mais sutis. Sobre isso falaremos nos artigos seguintes. É possível que um sensitivo permaneça nos níveis iniciais de desenvolvimento por longo tempo se não houver instrução e auxílio. alguns naturalmente consegue melhores respostas na incorporação, mas raramento conseguem compreender o que acontece nos planos dimensionais. É uma hora nova no aprendizado, mais do que fé ou crença precisamos hoje de conhecimento e esclarecimentos. 

A religião pode conter ciência e fazer evoluir e despertar o homem.


Todos os anos, nossa terreira realiza dois cruzamentos, que são obrigações de fortalecimento, de reforço, de fé, que são feitas com o fim de aproximar as entidades que compõe sua manifestação em benefício do médium.

É neste momento que o médium recarrega suas energias e reafirma sua fé na Umbanda e na Quimbanda e nos trabalhos que realiza. Durante o ano o médium se dedica ajudando os assistidos e no cruzamento ele se dedica a cuidar de si, buscando uma sintonia com a natureza e suas entidades!


Cruzamento de Mata

São momentos importantes, porque confirmam a fé do médium. Um cruzamento é feito na Terreira, pois somos privilegiados com uma mata nativa em nossas instalações e a outra na praia. Contudo, já realizamos cruzamentos em sítios, próximos a cachoeiras e rios.

Estas obrigações são de fortalecimento como uma aproximação do médium com as entidades dos reinos aos quais naturalmente todo o gênero humano está ligado e desta forma beneficiando física e emocionalmente o médium.

Amacy (ervas)


Para tanto, o ritual utiliza ervas (orientadas pelo plano espiritual), bebidas (7 tipos de bebidas), mel, ori e pemba, que servem para lavar nossas cabeças e dar assim, a energia necessária para mais um período de trabalhos!

As 7 bebidas são:

1 cerveja preta (doce)

1 cerveja Branca

1 guaraná

1 vinho tinto suave

1 vinho tinto seco

1 vinho branco

1 espumante

Estas bebidas são utilizadas em nossa Umbanda, servindo as entidades e ajudando no cruzamento que realizamos tanto na mata como na praia.

Cada Terreira tem alguma variação neste ritual, mas todas tem o mesmo significado: confirmação da fé do médium!

Cruzamento nas imagens

Os médiuns que realizam sete (7) cruzamentos sem interrupção durante 7 anos são coroados caciques de umbanda e guardiões de Exús, pois neste mesmo dia também realizamos o cruzamento de exús (que será abordado numa próxima postagem)!

Contudo, devem lembrar que são coroados para servir, na humildade e com responsabilidade! Nunca para se vangloriar de sua evolução.



MAS PARA QUE SERVE O GANHO DE AXÉS



Axé significa energia, poder, força da natureza, poder de realização através de força sobrenatural...

Axé na verdade é um dom de manipulação de certas energias ocultas.

Axé se tem, se usa, se gasta, se repõe! É força VITAL...

Portanto o que se ganha na religião Com o “ganho de axés”, é a permissão para utilizarmos esse axé. Normalmente ganha-se esta “permissão”, por alguém mais maduro, que através do ritual de apresentação destes axés, Se expõe a todo povo da mesma cultura, para informar que aquele filho (a), esta apto para tais procedimentos, tem consciência e sabe manipulá-los com excelência.

E para isso existem um mínimo de tempo dentro de um terreiro e alguns rituais obrigatórios para preparação para tais axés!

Axés e as obrigações necessárias para obter:
Quando iniciados na Umbanda o primeiro ritual é o batismo e cruzamento de conga. O batismo nada mais é que a purificação do membro para uma nova fé. No batismo o médium jura cumprir com sua missão. Ser disciplinado, obediente e ter fé. Cumprir com a caridade , verdade e construir uma formação moral e espiritual. Esse juramento , forma um compromisso não só com a casa, com seus irmãos de corrente, mas com a parte espiritual.
O médium é considerado “pronto” quando tiver 7 anos em uma mesma casa (pois anos em casas diferentes você terá conhecimentos diferentes, e não o suficiente sobre a feitura onde ganhará os axés), e os 7 cruzamentos( de conga ou de Oxalá, onde é apresentado a comunidade Umbandista ou africanista, de mar, o qual ganha-se as forças do mar, de equilíbrio, nascendo para espiritualidade, de Cachoeira, purificação das energias, a cachoeira é o encontro de vários reinos, de rio, onde define-se o destino do médium, de mata , quando ganha-se a licença (axé) para trabalhar em casa, Axé de lavar cabeças, segurar filhos,podendo ganhar axés de cartas ou aguardar a coroação para isso; de pedreira, onde se ganha axé do fogo, segredo de fundango e evocações, as sete bebidas e logo coroa-se .
A coroação compreende uma demonstração de que o médium alcançou um nível aceitável em seu desenvolvimento, pois a entidade já possui total domínio sobre seus pontos de força (chacras), importantíssimos para um bom trabalho espiritual (não confundir com o médium ser ou não consciente).

Assim, o que o ritual representa é que depois de coroado o médium passa a ter maior responsabilidade, pois está apto a servir de instrumento em consultas com suas entidades. Note que não tem nenhuma relação com formação sacerdotal, mas trata-se apenas, de um novo estágio que a pessoa alcança em sua evolução mediúnica. Para comprovar isso, no dia da coroação, a entidade mentora daquele médium tem de incorporar e confirmar seu nome (normalmente ela já o fez antes da coroação).

Depois revela a falange em que trabalha, risca seu ponto e traduz sua representação, e, se possível, poderá passar também seu ponto cantado. Tudo acontece, diante do mentor da casa, que confirma (ou não) o que foi declarado. Além disso, quando se torna possível, recorre-se ao auxílio de um médium clarividente (com a chamada vidência superior), para firmar seu dom e ver a luz do ponto riscado, informando se o mesmo está correto.

Somente assim, o médium coroado torna-se apto a participar dos trabalhos que exigem um maior conhecimento e principalmente um melhor entrelaçamento com suas entidades espirituais; como desmanchar macumba, desobsessões de espíritos raivosos, demandas, entre outros e pode ainda até ajudar no desenvolvimento de médiuns mais novos na casa. Ou seja, é um universo que não só é maior em termos de trabalho mas que, para nós filhos de santo, cresce proporcionalmente também o tipo de seriedade, cuidado e dedicação que temos ter com o que nos propomos a desenvolver.

Somente após o aniversário de um ano de coroa o médium recebe axé para abertura de casa religiosa, podendo levar suas obrigações para casa.
Axé de cartas- Ao fazer os cruzamentos, existe um ritual feito separadamente, que prepara o médium, clareando a visão do mesmo para as forças ocultas, tornando-o mais receptivo a mensagem dos Guias.
Axé de OBÈ (faca de quimbanda)- Faz-se alguns rituais, pedindo “ago” a alguns centro de energia da Kimbanda (calunga, mato, figueira, cruzeiros....) E a partir do entendimento do chefe da casa, com feitura de cabala, ou apronte de aves, o médium recebe o axé de Obé, o qual será apresentado a permissão para a sacralização de animais, de forma ritualista. O obé ou faca, é preparada ritualisticamente, para que esta torne-se sagrada. Se este obé não estiver pronto, ou maduro para ser levantado, todo e qualquer corte feito por ele pode ser atrativo de egum, prejudicando quem o fez e para quem o fizer!

Os.: Entenda! Fazer, qualquer um destes rituais, se feitos por quem não tem o axé, além do desrespeito pelos preceitos e fundamentos, também serão prejudiciais ao médium. Já que este vai doar uma energia, que não esta bem catalisada, podendo perde-la e tendo dificuldades para repor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário